Último capitulo

-Mãe, que houve? -Matheus chegou na cozinha perguntando- A senhora está chorando! Que houve com você e o pai?

-Eu pedi o divorcio do seu pai, filho. -disse limpando as lágrimas.

-Por causa do tio Pedro, né?

-Não e sim, filho. Eu e o Pedro vamos se casar! -ele me olhou triste.

-E você e pai?

-Eu e seu pai não existe mais, Miguel.

-Não é o que parece, mãe! Tem certeza que é isso que a senhora quer? Casar com o tio Pedro, enquanto você e o pai estão sofrendo por que se amam?

-Filho, não é bem assim as coisas.

-São sim mãe! A senhora que está complicando tudo! O pai pode ter errado no passado, mas durante esse tempo que vocês estão separados ele se arrependeu.

Pergunta para a vó Marizete, que testemunha o quanto ele sofre. -Miguel disse me fazendo pensar em tudo- Pensa bem, mãe! -ele disse e saiu.

Fiquei na cozinha pensando em tudo que passei com Luan, desde do nosso inicio que foi turbulento.

Do tempo que éramos só amigos e que hoje era amor, um amor tão grande que era incompleto sem ele.

Pensei que por mais que Pedro me fizesse bem eu não amava ele, não era com ele que meu coração acelerava, que minha mão soava e que minha respiração falhava.

Luan, sim era o dono de todas minhas emoções, da minha vida e coração.

Mesmo ainda em dúvida das minha ações eu segui para sala.

-Filhos vamos para a cama?

-Mamãe, cadê o papai para vê o filme? -Breno perguntou.

-seu pai estava com dor de cabeça, filho -menti.

-Ah Que pena! 

-Sim, agora vamos todos para a cama! -eles não protestaram e foram todos para a cama.

Naquela noite foi difícil dormir, com milhões de pensamentos se passando na cabeça.

Depois de muito rolar na cama, eu fui vencida pelo cansaço.

Acordei de madrugada com o celular tocando insistentemente.

Ligação ~ON~

-Alo?

-Sophia, querida?

-Sim, quem é?

-Marizete, querida. Desculpa ligar essa hora da madrugada, mas Luan está em sua casa?

-Não, tudo bem! Luan, saiu daqui faz algumas horas já, porquê?

-É que estamos tentando o celular dele e ninguém atende, pensamos que ele podia estar na sua casa.

-Não Mari! Vou tentar localizar ele também e qualquer coisa me dê noticias.

-Claro, querida. O mesmo digo para você, qualquer noticia se quer me diga. 

-Ta bom, beijos.

Ligação ~OFF~

Na hora me bateu desespero dele ter feito qualquer coisa.

Disquei todos os números que eu imaginava que poderia saber dele e Nada! 

Voltei a ligar para Marizete e nada.

Troquei minha camisola por uma roupa mais quentinha e com o carro e sem destino segui.

Fiquei rodando várias horas sem rumo algum e com um coração apertado.

Quando eu encontra-se aquele garoto, ele iria apanhar! Ah, mas ele iria!

O sol tava querendo nascer e nem sombra de Luan Rafael.

Minha cabeça latejava já e nem ideia de onde ele poderia estar.

Encostei minha cabeça no volante e por alguns minutos viajei para o passado.

Flash Back ~ON~

-Você sabia que é um garoto insuportável?

-Sabia -risos E você sabia que mesmo cheia de frescura é uma menina linda? -disse alisando meu rosto.

-Para garoto, me erra! -Disse chutando areia no Luan Rafael, um garoto chato que me perturbava desde da hora que entravamos na escola até eu dormir. Sim, por que ele era meu vizinho e nossos pais viviam juntos. Naquele dia estávamos numa praia em São Paulo, nas férias nossos pais resolveram viajar para conhecer aquela cidade. Tudo seria perfeito se aquele garoto chato e sua irmã não estivessem ali.

-Você é bem bonita, mas uma mala para uma garota de 14 anos.

-E você um garoto com a voz ridiculamente feia, que é até broxante!

-E a dondoca, sabe agora o que é broxante?

-Claro que sei! -disse convicta- Broxante é ser Luan Rafael! -disse rindo pelo nariz.

-Garota, não me provoca -disse entre dentes.

-Ou então vai fazer o que?

-Que pagar para vê? -disse com um sorriso maroto.

-Quero! -Eu mal terminei de falar e ele começou a correr atrás de mim.

 Rimos muito um do outro.

Não demorou muito e ele me alcançou me pegando no colo, mas ele não aguentou meu peso e caiu com tudo em cima de mim. Nossa sorte era a areia fofinha para amortecer nossa queda.

-Além de broxante e também um fracote. -ri fraco por nossas testas estarem coladas e nossa respiração descompassada.

Luan nada disse apenas me olhou nos olhos e colou nossas bocas aos poucos. Eu iria relutar, mas pensei bem e eu queria aquele beijo, então deixei.

O beijo foi rápido e gostoso.

 Luan parou por alguns minutos e olhou em meus olhos e ainda sem dizer nada voltou a me beijar com mais intensidade. Suas mãos foram passeando no meu corpo e as minhas foram para sua nuca puxando seus cabelos.

Eu não tinha experiência sexual alguma e por ser melhor amiga do Luan sabia que ele também era virgem, mas não parecia nem um pouco.

Sua agitação e excitação faziam com que seus movimentos fossem até mesmo grosseiros. Porém quando eu gemia ao sentir "dor" ele parava de me apertar.

Aos poucos fomos ficando nus, ficando entregues um ao outro. E então ele me olhou perguntando se poderia me penetrar e um grunhido meu fez com que ele abrisse um sorriso enquanto beijava meu pescoço e foi me penetrando. Sim era uma sensação estranha, eu parecia estar sendo "rasgada", sentia meu sexo se dilatar a media em que ele me possuía por inteira. Indo fundo ele parou respirando fundo e perguntando se tudo estava bem comigo e eu apenas assenti mordendo os lábios. Feito isso ele começou se mover dentro de mim, saía e entrava com força por conta da dificuldade por ainda ser virgem mas estava sendo gostoso. Eu estava amando ser amada por ele, eu o amava demais, mesmo sabendo que na cabecinha dele eramos apenas bons amigos, na verdade melhores amigos.

 Ficamos ali daquela forma por um bom tempo, até que ele disse que gozaria e então saiu de dentro de mim, me deixando com a sensação de vazio. Porém me sentia uma mulher completa. E ele parecia satisfeito, nos beijamos e então me deitei em seu peito e ficamos observando o grande céu enquanto nos acariciavamos sem dizer nada.

Flash Back ~OFF~

Claro! Era ali que Luan poderia estar. 

Liguei o carro e segui para aquela praia que era um lugar especial para nos dois, local do nosso primeiro beijo e da primeira vez de ambos.

Parei o carro em um local perto e olhei aquele paraíso que continuava lindo, mesmo depois de anos.

Fui andando devagar e de longe eu avistei uma pessoa sentada de costas para mim tocando violão e tinha certeza que era ele. 

Me aproximei aos poucos sem ele notar minha presença e sentei em sua frente.
Mesmo surpreso ele continuou cantando e olhando em meus olhos.




Eu pensei que fosse fácil esquecer
Uma paixão
Descobri como é difícil dominar
O coração

São lembranças e momentos tão marcantes
Tão difíceis de apagar
Coisas simples e não menos importantes
Como posso não lembrar

Do beijo na boca
Do cheiro da pele
Das juras de amor
Que eram pra sempre

Não quero lembrar
Que tudo acabou
Só quero lembrar
Dos momentos de amor

São lembranças e momentos tão marcantes
Tão difíceis de apagar
Coisas simples e não menos importantes
Como posso não lembrar

Do beijo na boca
Do cheiro da pele
Das juras de amor
Que eram pra sempre

Não quero lembrar
Que tudo acabou
Só quero lembrar
Dos momentos de amor

Do beijo na boca
Do cheiro da pele
Das juras de amor
Que eram pra sempre

Ele finalizou e ficou um tempo em silêncio, ate então se pronunciar.


-Tá fazendo o que aqui?

-Estão todos preocupados com você Luan.

-Mamusca que te mandou aqui?

-Não! Ela só me ligou e eu fiquei preocupada com você. Por coincidência depois de muito te procurar, eu lembrei desse local.

-Ele é importante para mim -ele disse olhando para a areia.

-Para mim também -Enquanto o silêncio reinava eu reparei que seu rosto estava abatido e olhos inchados.

-Você ama ele? -ele disse me encarando.

-Ele quem?

-Seu futuro marido -ele disse a palavra "marido" com amargura.

-Ele é legal.

-Eu perguntei se ama, Sophia? -agora quem fixou o olhar na areia foi eu. Eu não conseguia responder aquilo e muito menos olhar em seus olhos -Ama? -senti ele se aproximando mais não levantei o olhar. 
Ele puxou meu queixo, me obrigando olhar em seus olhos. -Diz olhando dentro dos meus olhos, que ele é o amor da sua vida e que tudo que existia dentro de você por mim, morreu.

-Eu.. Eu não posso -disse me atropelando pelas lágrimas que rolavam sem permissão e vi que ele também chorava.

-Então por que você está fazendo isso com nos dois, Sophia?

-Eu não sei! -suspirei fundo- Eu tenho medo de dar um nova chance para nos dois e você fazer tudo de novo. Eu preciso de alguém que me dê amor e não lágrimas. -dei de ombros.


-Eu mudei, meu amor -ele puxou meu rosto colando nossas testas- Eu sei que não mereço a comida que como, Que sou um burro que fiz a pior merda da minha vida. 
Mais eu sou um burro que te ama e que daria minha vida para ter uma única chance sua.
Uma mera oportunidade para te provar que aquele Luan, de 6 anos atrás morreu.


-Luan, eu... -ele me interrompeu.

-Uma única chance, Sophia! É tudo que te peço!

-Eu não posso fazer isso com o Pedro -ele suspirou fundo, limpou suas lágrimas e levantou.

-Eu desejo do fundo do meu coração que ele te faça muito feliz! Fica com Deus, minha linda! -ele foi caminhando pela areia, por onde eu tinha vindo.


Meu coração doía de vê o amor da minha indo embora e eu ser covarde e não conseguir nos dar essa nova oportunidade.
Lembrei das palavras de Miguel: "Tem certeza que é isso que a senhora quer? Casar com o tio Pedro, enquanto você e o pai estão sofrendo por que se amam?"
Pensei naquilo mais um vez e ele tinha razão.
Se eu casasse com o Pedro eu seria infeliz e se eu voltasse pro Luan?
Eu estaria com o amor da minha vida, nos dando mais uma chance de acertar ou errar. 
Se no futuro eu me arrependesse eu iria me arrepender consciente de que eu tentei.


-Luan, espera! -disse correndo em sua direção. Ele virou e me esperou com os braços abertos, me apertando neles quando me aproximei.

-Eu posso estar fazendo a maior burrada da minha vida, mas estarei ao seu lado -sussurrei em seu ouvido e senti ele sorrindo.

-Eu te amo, minha pequena.

-Eu também te amo, meu amor.

Como eu disse anteriormente eu podia estar fazendo a pior burrada de dar mais um chance para o nosso amor, nosso casamento. Mas quem nunca errou por amor?
O Luan realmente tinha mudado e me fazia  mulher mais feliz ate hoje.
Ele faz questão de me mostrar que aquela única chance pedida na praia valeu apena.
Não posso dizer que somos um casal perfeito sem brigas, por que todas as relações tem brigas, sejam de amor ou amizade.
Cada dia mais nossos filhos estão grandes e com etapas e amores a cumprir.
Claro que eu tinha ciúme dos meus filhos e Luan com Manu, que confesso que era bem mais que eu. Mais com o tempo íamos se acostumando que nossos filhos hoje eram 3 adultos que tinham muito o que aprender.
 Estávamos ali como dois pais babões ajudando sempre e tentando evitar o sofrimento deles, mas nem sempre é possível. Essa é a lei da vida!
Hoje estamos com mais de 50 anos de casados e felizes. 
Podemos dizer que vivemos tudo que queríamos. Fomos felizes e infelizes, mas tudo valeu apena no final.

Tudo na vida vale Apena quando amamos!

Todos dizem que não é capaz de perdoar, mas quando você amar você será capaz de perdoar quantas vezes forem precisas.
O amor nos faz ser outros, uns grandes bobos apaixonados, que são capazes de tudo para vê o outro feliz. Mesmo que aquilo te custe a vida.
Quando amamos qualquer obstáculo ou dúvida fica pequeno diante do sentimento.
Então se você ama, que lute, chore, brigue e recomece.
Tudo vale quando amamos, até dar uma nova chance!

FIM

CAROL E GII